segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Proporcionalidade das Penas - Reforma Penal

      Após o seminário que ocorreu em Recife sobre a reforma do código penal, algumas questões foram levantadas. Qualquer modificação no código penal provoca uma influência nas relações sociais e nos conceitos individuais e coletivos. Em virtude disso, o doutor Alvino Augusto de Sá, nos trouxe uma reflexão que, no mínimo, interessante. O que quero fazer é uma comparação entre os crimes: Reduzir a condição análoga à de escravo X os crimes hediondos. Não vou me alongar muito, se não ficará muito longo o texto e pretendo só fazer uma provocação.
      Reduzir a condição análoga à de escravo: Art. 149 do CP. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto. Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena correspondente à violência.
      Os crimes hediondos são bem conhecidos, por isso não os colocarei, pois são bem extensos. A pena mínima é de 08 anos.
      O que me faz pensar é o fato de um crime grave como a condição análoga à de escravo, ter uma pena tão pequena em relação aos crimes hediondos.
    Este crime sobre a condição à de escravo trata de condicionar alguém a condição de escravo, quer seja por trabalhos forçados, jornada exaustiva, sujetando a condições degradantes de trabalho ou restringindo. São várias as formas e os meios para a consumação do crime. Além do valor histórico, dada a colonização brasileira. Ao analisar os sujeitos do crime, vemos que o sujeito ativo e passivo são, respectivamentes, o rico e o pobre. Já nos crimes hediondos o sujeito ativo é o pobre e o sujeito passivo é o rico, pois não é razoavel pensar em sequestrar o pobre para pedir resgate.
     É uma pequena reflexão, mas devemos pensar como analisar os crimes e as condições para a aplicação da pena. Ser sequestrado é grave, todavia ser tratado como escravo também não deve ser nada bom.

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